Dedicado às mulheres inteiras e ativas de todas as idades, cores e formas. Mulheres que interagem e abraçam a vida como der, puder e vier.
Sempre desejadas!








Minha cria, minha ave.

O meu mais novo poema (inédito!!!) Claudia Alencar
Cativa, onde está você?
Num canto escuro, cabeça baixa, encostada na parede úmida?
Eu sei minha ave, você tem seu porquê.
Cativa, onde está você?
Bailando sozinha na sala, rindo, rodopiando no jardim?
Como eu ia gostar!
Choros e lamentos é no que se transformou?
Nesse estar?
Não mais livre, amada, rindo, curada?
Essa ferida não deixou de sangrar?
Por isso que me abandonou?

Está bem, eu confesso.
Fui eu quem te larguei por um outro amar.

Fui eu quem te deixei aos poucos
Acreditando na ilusão do amor
Na minha idade, quanta bobagem,
deixando você, minha ave gentil
fui te ferindo, te trocando pela vaidade
criando insana esta cela solitária.

Hoje te perdi e nem sei mais aonde te deixei.
Mas você não está cativa, como pensei.
Só está sumida.
Foi se refazer, em algum outro lugar que preciso saber.

Onde está você?
Decidi hoje te procurar.
E humildemente, vou passo a passo atrás de você
novamente.
Como parte da família me perdoará?
Será?
Entenderá essa criança que te abandonou pelo ilusório?
Que te trocou, pensando ser possível te substituir?

Confesso que fui feliz na ilusão.
Feliz como, quando você era a minha paixão.
Mas sabia que caia no abismo
Coisa que não acontecia contigo
E mesmo caindo eu ria .
Suicida!
Ria, ria, naquele insano vôo solo
Vôo livre, sabendo que me arrebentaria ao solo.

Hoje, aqui, sangrando por inteiro.
Curo feridas
Ando com pés machucados em busca de ti
que me espera fora do cativeiro.

Você está num campo, num pampa
Eu vi...
Sentada na grama, me esperando bela e faceira.
Não tem mágoa, porque você é divina
E como Godot, apaziguado, ânsia me rever.
para continuarmos a criar nosso caminhar .

Estou quase, quase... aí... quase...lá.

Encontrei rasgo de sol no éter do bem e do mal
a quem no desespero apelei
Ele me indicou a fresta, pra falar contigo, receber algum sinal.
E agora acho que...
Acho que cheguei...
Estou me curando, querida.
De pé já estou.
Caio, ainda..., mas levanto e não mais presa...

Onde está você?

E se v. me apanhasse de surpresa?
Viesse por trás, me tampasse os olhos e falasse:
- Advinha quem é?
Hein?
Venha me dar seu mágico passe.

Depois dessa desilusão
Confesso mais esse pecado:
Fiquei com a casca mais grossa a alma machucada.
De olhos inchados, olheiras e coração destronado.
Mais humilde e muito mais apavorada.
Descrente e mais, muito mais desconfiada.
Mas
Uma réstia de fé, dá as mãos a minha corajosa teimosia .

Deixei que rasgassem meus planos futuros.
Deixei que roubassem meu coração de enganos.
Minha alma gentil ainda sussura esperança.
E por isso te procuro há longos dois anos.
Esse é o fio de Deus que me restou.
Minha perseverança.

A luz, agora, assopra devagar o escuro.

Eu ainda não desisti
Você ainda não se afogou.
Vamos ver quem encontra quem
Nesse nosso jogo do Eu Sou.

Tem amo minha liberta.
Você nunca foi cativa.
Fui eu quem me tranquei aqui,
Deixei-me abusar
mas ainda estou alerta.

Cadê a chave?
Como achar?
Vou sonhar com ela hoje.
Ou não.
Mas espero, porque assim quero.
Amanhã voaremos, de novo, para nossa divindade
Minha cria
Minha ave
minha criatividade.

5 comentários:

Anônimo disse...

Quem escreveu a poesia é a Claudia Alencar atriz?

Anônimo disse...

todas nós, mulheres , temos, um dia, uma ave cria que deixamos escapar e depois, e depois???

Mônica Angeleas disse...

Para quem quer saber, a Cláudia Alencar a nossa mais nova colunista, é sim a atriz de muitos sucessos.

Anônimo disse...

Nossa! Que chique! Cláudia como nossa colunista inteirativa? Yessss! Muito benvinda!

Anônimo disse...

Que poesía más hermosa,
hermosa como quién la escribió,
letras que son fruto de un soplo divino y creativo,
palabras que liberan,
creatividad que libera,
mágica llave que permite
a esa cria volar.

Raúl