Meu pai nasceu no inicio do século passado onde a figura paterna era representada pela austeridade. Sua obrigação era prover as necessidades familiares porque educar era com a mãe. Criança não participava de conversa de adulto, não tinha opinião formada sobre nada e muito menos dizia o que pensava etc etc. Incrível mas era assim mesmo.
Mas o meu pai, Carlos, era conhecido no meio familiar como àquele que não tinha compromisso com os costumes da época.
Foi ativista político engajado em movimentos em prol de igualdades sociais, esteve preso, afastado do cargo de Fiscal de Rendas, integrante da Coluna Prestes, tanto que tivemos que sair de Recife depois que ele saiu da prisão.
Mas ele, Carlos, o meu PAI, nunca se deixou abater pelo desânimo, continuando e procurando transmitir, aos seus onze filhos, sua característica maior, o bom humor e esperança na renovação da vida.
Meu pai, os hábitos mudaram, o mundo mudou mas o seu legado continua impregnado em nós, por isso no dia 10 de Agosto estaremos sorrindo, contando piadas e acreditando que tudo vai melhorar....
Essa será nossa homenagem.
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