Cláudia Alencar
A Felicidade é a cidade onde escolhi morar..
Fica perto de tudo e nela Eu Sou.
E nela tudo É.
Na cidade da Felicidade tudo é magia: a gente encontra a pessoa que a gente pensou, acha o amor que imaginou, tem amigos leais, é premiada com a família sonhada, escolhe o trabalho que desejou, vive com a saúde almejada e nunca se ouviu falar que o amor tenha rimado com dor.
A verdade é que todos nós nascemos nesta cidade, mas muitos saíram dela ainda criança, outros tardaram a sair,e os que ficaram, poucos, são tidos pelos forasteiros, como sábios, poetas e loucos.
Eu sou daquelas que tardaram a sair; corpo adulto, mas com um coração ainda em botão: não olhava mais para horizontes nos finais de tarde, deixava de falar com as flores, não cantava mais no chuveiro, não dançava mais sozinha na sala, nem em mesas, passando noites curtindo dores, ansiando por ganhos futuros, habitando em perdas do passado, reclamando do presente que se fazia ausente, caindo em abismos nunca antes imaginados.
Tempos em que voei ao léu como folha de papel.
Era preciso voltar para a cidade da Felicidade.
Era preciso simplesmente querer que tudo passaria a Ser.
Era preciso resistência que é o dia a dia da realidade.
Era preciso persistência que é o segredo que realiza o sonho.
Era preciso disciplina que é a chave da porta da Felicidade.
Querer com matemática exatidão, aliada ao fogo do coração
Única via
para se obter o passaporte da cidadania.
E para conquistar meu green-card voltei a habitar no silencio - imóvel montanha feita de corpo e mente – expulsei desordenados raciocínios, chorei choros nunca chorados, desapeguei de amores mal amados, tirei a coroa de Rei do dinheiro, desenterrei a arte, minha aliada e deixei que todos os gritos gritassem .
Negras nuvens começaram a se dissolver, ondas anímicas vieram me abraçar e mergulhei no mar da existência, aportando, na Consciência, nick name da Cidade da Felicidade.
E de papel passei a vento e de tormento a pensamento.
Voltei a ser a astronauta de meus espaços interiores.
Sem idolatria conquistei minha cidadania
Hoje sorrindo vôo pela cidade com meus amores
Dançando com meus pares, os poucos poetas, sábios e loucos
Sem os conhecidos apegos das dores
Com o mesmo coração, mas não mais em botão
Brinco em árvores, entre planetas, com anjos e capetas
Re-nasci e reencarnada cresci
Como antes levo minha Felicidade abraçada à alma
Não sou fruta, mas amadureci.
4 comentários:
Com a suavidade de quem anda sem fazer barulho. Não por pudor, mas porque é suficiente, e a vontade geral das coisas assim o deseja...
Você é fruta sim.
Maçã do Amor de Eva.
Original.Sem pecado.
Cris Prochaska
oi Clau...bom (dia)
o seu des-abafo me lembra da Marisa Monte quando ela diz:
..."Há um vilarejo ali
Onde Areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá
Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real
Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá"...
ou será em Dubai???
...rsrsr
que peninha....Dubai, bye bye bye
...
e lá ainda tem,
..."Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for"...
...e isso me faz lembrar que tanta gente sai à procura da feliz-cidade ou do vilarejo, achando que vai encontrá-los logo ali, quem sabe mais prá lá...onde nem eu sei, se esquecendo de olhar pra dentro de si, e sabe pq???
pq a feliz-cidade é aqui, agora...o tempo todo: pois aqui é sempre primavera, o tempo espera e as portas e janelas ficam sempre abertas...pra sorte entrar
em todas as mesas...pão, em algumas outras: o circo!!!
bju no seu coração...enorme
tertius - rio de janeiro
Neste sorriso de menina,
Neste jeitinho tão "moleca"
Nesta sensualidade tão mulher
Nesta sabedoria tão madura
Você inteira... tão especial
Tão você...
Espero que continue assim,
renascendo todos os dias...
um pouquinho.
BÊ
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