Dedicado às mulheres inteiras e ativas de todas as idades, cores e formas. Mulheres que interagem e abraçam a vida como der, puder e vier.
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Um despertar para a generosidade com os "maiores"

Um país que se respeita é aquele que respeita os mais velhos e as crianças.
Li esta frase uma vez na Espanha e me ficou guardada na memória.
Lá, os mais velhos são chamados de maiores. Um termo respeitoso, gentil, sem nenhum valor pejorativo.
Maiores: aqueles maiores em experiência, em idade, em pioneirismos, em abrir caminhos para os menores.
Uma maneira carinhosa sem ser assistencial.
Tratar as pessoas maiores em casa, na rua, em qualquer lugar é uma questão de respeitar o passado e o futuro.
Ter real carinho, ser calmo, generoso, dar o tempo que alguém mais lento precisa. Entender a falta de paciência, ou a falta de objetividade ou ainda o não entendimento de processos tecnológicos, nada mais é que uma agradável obrigação e parte de um processo de convívio civilizado.
Mas o que vemos por ai é bem longe disso.
Basta dar um passeio por supermercados, restaurantes, shoppings, etc.
Sempre existe um filho, um neto, ou uma enfermeira, numa mistura entre falta de paciência e vergonha social de estar ali com alguém que não se enquadra na categoria de vencedor alucinado.
O maior geralmente nestes casos, é quase arrastado pelo braço ou na cadeira de rodas. Ninguém presta atenção direito ao que ele fala e a obrigação norteia aquela saída. Melhor seria ter ficado em casa e não ter exposto aquela pessoa a um tipo de humilhação.
O que me pergunto é: será que estas pessoas não sabem que o futuro é o mesmo para todos?
Que exemplo estamos dando para nossas crianças e adolescentes, ao tratar nossos pais ou avós assim?
Não estou falando aqui de tratar ninguém como gagá. Estou falando de ser generoso, tranquilo, dando o devido espaço para aquele indivíduo que sente e entende como todos, mas que por "tempo de uso da máquina", precisa de alguns acessórios especiais e o principal é respeito com carinho.
O mundo tecnológico onde tudo e todos têm que ser alucinadamente produtivos, se esqueceu de reservar espaço para o futuro. Como assim? O nosso futuro humano. O que fazer com quem não tem mais pernas tão fortes pra viver daqui pra lá correndo? O que fazer com os que não têm a mente em ritmo de mega bites? O que fazer com as fragilidades da alma, que em algumas vezes volta a ser criança?
Para mim que fui criada com valores humanos mais fortes que os da máquina, o carinho, a generosidade, o respeito e o amor sempre foram mais importantes. O que me faz hoje uma adulta mais plena, ao poder exercer em alguns momentos a troca de papéis e ser um pouco a mãe de minha mãe querida.
Assim como, dar lugar em um ônibus, ajudar a cruzar uma rua, ler um rótulo num super mercado e tantas outras coisas mais que podemos fazer por nossos maiores.
Não é um movimento demagógico, é um despertar para compreender melhor o caminho da vida.

Um comentário:

Maria Lúcia Poyares disse...

Amiga Grazi
Sua mensagem tocou profundo no meu coração já bem "maior".....