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Entre o céu e a terra, alguns gordinhos...

Enviado por Nurit Bensusan - blogs/nossoplaneta

"Só de respirar, eu engordo!" Você já ouviu essa observação? Geralmente, parte de gente que vem lutando há muito tempo contra a balança e já começa a dar sinais de cansaço. Normalmente, também, ninguém acredita nesse tipo de comentário e acha que a pessoa come muito mesmo. Mas... e se ela tiver certa? E se apenas a ação de respirar for suficiente para ganhar peso?
O número de pessoas acima do peso já ultrapassou um bilhão. Deve haver muitos comilões por aí, mas parece que há muito mais coisas entre o céu e a terra do que podemos imaginar. Em setembro de 2006, foi publicado um mapa da obesidade na Inglaterra, reunindo informações sobre estilo de vida, índice de massa corporal e local de residência das pessoas. Umas das surpreendentes conclusões foi que há mais obesos nas cidades industriais do norte da Inglaterra do que em Londres ou nas zonas rurais. Desta conclusão, surgiu a pergunta óbvia: qual é a relação entre o lugar que a pessoa mora e seu peso? E a resposta parece estar nos hormônios que controlam o peso do corpo e que são drasticamente alterados pela presença de determinados poluentes na atmosfera. Ou seja, a presença de algumas substâncias químicas no ar de zonas industriais modificaria de tal maneira o metabolismo do corpo, que a relação entre as calorias ingeridas e as gastas – a equação básica das dietas de perda de peso – ficaria completamente alterada, fazendo com que mesmo os que comem pouco, engordarem.
Naturalmente, já que existem muito mais coisas entre o céu e a terra, há várias outras coisas a serem consideradas. No Brasil, entre 1973 e 1996, a obesidade cresceu de 2,4 para 6,9% entre os homens e de 7,0 para 12,5% entre as mulheres. Apesar de não termos um mapa da obesidade que possa nos fornecer pistas sobre a influência da poluição no ganho de peso da população, estudos mostram que as transformações culturais e econômicas afetam tanto a dieta como os níveis de atividade das pessoas. Para o somatório dos fatores ambientais que predispõem coletivamente as pessoas a um excessivo ganho de peso, foi cunhado o termo "nicho obesogênico". O desafio, portanto, é entender como esse nicho se forma e desmontá-lo para ajudar na redução da obesidade. Um artigo recente afirma que o que está causando a epidemia de obesidade não é a maior ingestão de alimentos ou a diminuição dos níveis de atividade física, mas a rede de estratégias econômicas e de interesses comerciais que fazem com que as pessoas mudem ou mantenham certos comportamentos. Ou seja, é a lógica capitalista atuando. Os alimentos mais rentáveis são os com mais açúcar ou gordura. Além disso, o comportamento sedentário é encorajado... Onde há mais glamour numa bicicleta ou no mais novo jogo de computador lançado no mercado? Para ler o artigo completo: http://www.scidev.net/en/health/chronic-diseases/opinions/obesity-researchers-must-understand-how-capitalism.html
Dizem que essa nossa atração por doces data do Pleistoceno (era que vai de 1,6 milhões de anos atrás até 10 mil anos atrás). Nessa época, os hominídeos teriam evoluído para ser o que somos hoje. Como açúcar fornece energia prontamente, isso provavelmente trazia benefícios para os indivíduos que o ingeriam. Essa preferência teria acabado por lhes conferir alguma vantagem, fazendo com que, por fim, ela fosse selecionada e se tornasse uma característica comum na nossa espécie. Os orientais pareciam contrariar tal hipótese, afinal sempre tão magrinhos. Recentemente, porém, com a disponibilidade de alimentos ricos em açúcar e em gorduras, McDonald´s, Pizza Hut e Starbucks, entre outros, a obesidade na China já atinge cerca de 215 milhões de pessoas.
De novo, é a lógica capitalista. Inclusive, não me surpreenderia se houvesse muitas conexões entre os que oferecem e estimulam o consumo desses alimentos e a produção de remédios e de tratamentos para a obesidade...

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