Outro dia, me peguei com medo de ter algo novamente.
Como assim? Eu explico. Faz dois anos tive câncer de mama. O tratamento foi rápido e graças aos ótimos médicos e a ciência e seus tratamentos maravilhosos sai rápido do problema (e a fé e energia dos amigos também).
Não tive nenhum tipo de depressão antes ou após o tratamento.
Encarei como algo que qualquer mulher está passivel de ter.
Mas, outro dia, conversando com uma amiga sobre ela, me bateu uma certa paúra. Medo mesmo, de voltar a ter o problema.
Daí, vi uma entrevista com a Joyce Pascowitch na Marilia Gabriela. Ela também teve câncer de mama. Mas suas palavras me deixaram tão mais tranquilas que resolvi escrever aqui.
Quem sabe, assim dividindo estes sentimentos, não possa ajudar mais mulheres, que como eu vivem esta insegurança em relação aos seu futuro. Pois, segundo os terapeutas, é um sentimento que acompanha quem teve tumores, por muito tempo... as vezes por toda a vida.
O que a Joyce falou, foi que leu um livro que falava sobre a roda da vida e como quem esta vivo pode sofrer qualquer tipo de doença. E que isto, não pode nos tirar do foco de viver e de continuar produzindo, aproveitando, amando, vivendo intensamente.
E eu parei, pensei nesta amiga que ainda esta na angústia de um resultado. Em mim e nos meus medos e em tantas mulheres e homens também, que vivem por este mundo, seus medos guardados e que se fazem tão mal por não dividirem e descobrirem que, o medo deles é igual ao de muita gente.
E que quando descobrimos que somos muito parecidos, a vida se torna menos dura, mais normal.
Pois a gente se sente aceito num grupo, mais um na multidão. E daí, me deu vontade de sair rodando de braços abertos, pulando feito criança e celebrando estar viva.
E entendi, que ter medo faz parte da nossa existência e que falar dele já faz com que ele fique menor, pois aceitar nossos limites é o primeiro passo para ultrapassá-los.
3 comentários:
FEAR: false expectation acting as real.
Grazi, vi a entrevista também. Adorei seu post. Vivemos muito sozinhos mesmo...mas quando nos abrimos e podemos compartilhar tudo fica mais suave. Medo é um lugar fechado. bj
Grazi,
obrigada pelo texto e por compartilhar.
Bjs
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