“O Rio construiu minha essência, mas foi Nova Iorque que me tornou homem”
Ele é jovem, bonito e talentoso. Aos 22 anos, o carioca Yann Hatchuel trocou a cidade maravilhosa por Nova Iorque em busca de um sonho: estabelecer carreira internacional na música. Ele sobe o primeiro degrau em direção ao sucesso nesta quinta (15/04), quando se apresenta para platéia de convidados no Club Barracuda, reduto dos descolados na gay-friendly vizinhança de Chelsea. Cria de inferninhos alternativos do Rio, como o Antonieta e o La Cueva, o cantor contou ao Pheeno detalhes do novo show e abriu o coração sobre como é bom sonhar na cidade que nunca dorme.
Você começou a carreira fazendo shows em pequenos palcos burlescos do Rio, e agora está buscando vôos maiores em Nova Iorque. Como você encara as oportunidades e os perigos do caminho até o sucesso?
Esses dias estava pensando. Em maio do ano passado começava a fazer performances com composições próprias na noite alternativa do Rio e agora, menos de um ano depois, estou fazendo minha estreia em Nova Iorque. É incrível como arriscando e batalhando as coisas surgem. Ralei e estou ralando muito. Deixei para trás tudo que tinha. Família, amigos, conforto… Tudo pela minha arte. Me mudei para cá por conta própria, e ouvindo constantemente da maior parte das pessoas que estaria arruinando minha vida, mas tenho certeza que estou seguindo a minha verdade. E essa estréia é so o primeiro degrau.
“Nova Iorque abriu feridas, dilacerou coração, deixou cicatrizes e tudo isso está sendo canalizado na minha música”
Como surgiu o convite para o show no clube Barracuda?
Por acaso do destino, esbarrei em um dos donos de lá, me apresentei e mostrei meu material. E acabou acontecendo. É um bar gay muito conhecido por aqui, ja foi eleito o melhor da cidade várias vezes. O lugar é famoso por trazer cantores e grupos de vanguarda como Everything But The Girl, Charo, Eartha Kitt… Eu vou ser a atração musical do Star Search, que é basicamente um show de talentos de drag queens muito popular. Já teve presença de Britney Spears, Christina Aguilera, Anne Hathaway… Ainda não é o Madison Square Garden, mas é um incrível começo nessa cidade.
Seu público está acostumado a ver performances poderosas para suas músicas autorais. O que você preparou para a nova apresentação?
Tudo isso e muito mais. Agora explodi ainda mais o nível da voltagem. 110 volts ficou no passado, e agora vai tudo em 220, torcendo para dar curto circuito.
A mudança para a Big Apple tem te inspirado em novas composições?
Completamente. Esse tempo que estou na cidade tem me mudado muito como ser humano. Nova Iorque é uma cidade que deixa o meu instinto de sobrevivência à flor da pele. Abriu feridas, dilacerou coração, deixou cicatrizes e tudo isso está sendo canalizado na minha música. Eu vim para cá atrás do meu sonho e estou dando minha cara à tapa.
Você está planejando uma rápida passagem pelo Brasil nas próximas semanas. Vamos ter a chance de ver você de volta aos palcos cariocas?
Ainda não tenho nada planejado para o Rio. Quem sabe… Vou rever minha amada familia, amigos e essa cidade maravilhosa que é a minha base. Apesar de estar em Nova Iorque agora, foi no Rio que nasci e virei ser humano – no melhor e pior sentido da palavra. O Rio construiu minha essência, mas foi Nova Iorque que me tornou homem.
Fotos: Carol Vianna
2 comentários:
Cláudia
Parabéns!
Que maravilha!
Filho de quem é, não é nenhuma surpresa.
bj
Soninha
parabéns...sucesso. A gente se realiza duplamente com os filhos! bj
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