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Inimigos não Mandam Flores - entrevista com Cristina Prochaska


A entrevista Inteirativa de Setembro é com a nossa querida e talentosíssima atriz, Cristina Prochaska.

Paulistana de nascimento, carioca de coração e cidadã do mundo por opção.
Atriz, jornalista, radialista, produtora e...técnica de futebol.

No teatro, sua grande paixão, Cristina encenou e/ou produziu 23 espetáculos, como Mephisto, direção de José Wilker e Intensa Magia, de Maria Adelaide Amaral. Esta semana estreou no Rio a peça "Os Inimigos não Mandam Flores".


Cristina, quando você começou sua carreira como atriz?
Com 11 anos já fazia teatro amador no clube Pinheiros em São Paulo. Em 1981 fui contratada pela TV Bandeirantes onde trabalhei em várias novelas.


Mas você atuou como jornalista também, não?
Sim, fui também apresentadora na TV Bandeirantes e radialista na Band FM. Gosto muito de rádio e sinto falta até hoje. Na Band FM em 84, fiz um programa de rock "Momento Rock". Acho que adoraria poder fazer rádio de novo. Em 85 fui ser apresentadora do Programa de Domingo, na TV Manchete. Lá também fui produtora e dei continuidade a minha carreira de atriz.

Seu trabalho na Globo começou quando?
Em 1987 quando fui convidada para interpretar um dos principais personagens de Direito de Amar, de Walter Negrão. Com o sucesso da novela, engatei vários trabalhos e fiquei na emissora por quase 15 anos, atuando em novelas, minisséries, programas humorísticos. Mas na Globo também tive oportunidade de continuar fazendo locuções e reportagens especiais para o Fantástico e o Vídeo Show.

Como é o seu envolvimento com o cinema?
Já fiz mais de dez filmes de ficção e documentários e estendi minha participação apresentando, no Telecine, o programa Por falar em Cinema. Já fiz produção também quando produzi com Ricardo Pinto e Silva o longa "Querido Estranho".


Você morou fora do Brasil um tempo. Foi um projeto pessoal ou profissional? Como foi essa experiência?
Fiquei 4 anos na Califórnia. Opção pessoal , eu precisava reciclar, mudar, redirecionar minha vida. Eu sou meio cigana, busco o novo sempre, conheci meu (ex-) marido americano e fui...pois é. E fiquei bons anos por lá. Trabalhei como técnica de futebol e treinei times de vôlei femininos. Achei que seria importante para minha filha Nina (18 anos agora) sair um pouco daqui, achei que seria importante para ela esta experiência de uma cultura diferente, um país diferente, uma língua nova. E foi. Fiz por ela também.


Você também jogou futebol profissional?
Não. Mas sou torcedora profissional. São Paulina de carne, pele e osso. ROXA! Amo esse jogo. Assisto e acompanho o futebol.

Como você concilia ser uma mulher empresária na área de catering, as outras atividades profissionais, e ser mãe?
A gente tem que se virar. Sempre gostei de cozinhar, paixão herdada de família. Percebia por experiência que a hora da alimentação nos sets de filmagens, tanto de cinema como de publicidade, sempre era um problema para as produções. Resolvi unir o útil ao necessário. Senti que havia espaço no mercado brasileiro para a abertura de um catering especializado na produção de alimentação em sets de filmagem. Estou um pouco afastada agora por causa do teatro mas retomo em breve. Amo poder fazer mimos para a equipe, que sempre trabalha muito duro e este é o momento onde a equipe relaxa, se une e precisa ser bem alimentada e tratada com carinho.


Meu lado "produtora" sempre me cutuca. Adoro a área de produção de cinema e teatro. Catering é um braço da produção e hoje em dia já se assume que é essencial para o andamento da produção toda. A gente alimenta não só barriguinhas. A gente alimenta um time que tem que estar bem para jogar junto e aguentar as horas exaustivas e longas das produções. Catering exige uma logística insana e muito séria. Não é só comida, não é restaurante ambulante. Exige muito conhecimento tanto do lado de produção como pela manutenção e transporte dos alimentos. Filmar em locação, no meio do mato, no meio da rua, dificulta e é um desafio constante. Gosto muito. Mas fica difícil fazer tudo né?


Você hoje faz mais teatro do que televisão. Porquê?
Questão de oportunidade. Adoraria fazer mais televisão. Mas os produtores de elenco e diretores de televisão raramente vão ao teatro... Você faz televisão se estiver na mídia, e só fica na mídia se estiver fazendo televisão. Uma loucura, mas é assim mesmo. Já foi ao contrário. Eu fazia mais televisão. Aí viajei e tenho que voltar. Voltar aos 49 (anos) do segundo tempo não é mole. Mas acredito que o fato de estar fazendo tantas peças, eu consiga retornar. Gosto muito de TV também, e já fiz de quase tudo, apresentei programas, produzi, fiz jornalismo, trabalhei em meu próprio programa, novelas , mini séries. OHHHH GENTE VOLTEI


Você estreou essa semana a peça "Os Inimigos não Mandam Flores". Conta um pouco...
Fui convidada pela Diretora Maria Pia Sconamiglio, mas quem me indicou foi o Anselmo Vasconcellos, meu amigo de muitos anos mas nosso primeiro trabalho juntos. Quando li o texto já sabia que era prá mim mesmo. Adoro a "Silvia " , foi doloroso o 'nascimento' dela, ela é muito diferente de mim, não temos nada em comum, então 'dar passagem' à ela foi um processo de busca interior e dedicação intensa.

Eu já havia feito uma peça do Pedro Bloch no início da carreira, "Dona Xepa" adoro o Pedro Bloch. Poder resgatar esse autor tão importante me deixa muito honrada. O Bloch é de extrema importância para a dramaturgia brasileira e merece mais reconhecimento.

Seu recado, frase, conselho, para as mulheres Inteirativas desse blog:
É preciso estarmos sempre preparadas para nos re-inventar. Colar os caquinhos e fazer de nós mesmas um maravilhoso mosaico. Somos o que escolhemos ser.


INIMIGOS NÃO MANDAM FLORES

Teatro Solar de Botafogo

Sexta e sábado às 21h30 e domingo às 20h30

7 comentários:

Maria Lúcia Poyares disse...

Cristina:
Sua mensagem "colar os caquinhos e conseguir transformar em mosaico" é profunda demais...e demonstra sabedoria.
A Cidade Maravilhhosa lhe dá boas vindas!

Anônimo disse...

Eu desconhecia essa função de catering. Deve ser exaustivo alimentar, principalmente o setor de produção com esses diretores e artistas cda um com o "ego" mais inflado.
Boa sorte.

Anita disse...

Uma grande multi-talento ! E continua muito bonita.

Anônimo disse...

Que bom que vcs "acharam" a Cristina Prochaska!! Lembro que ela fez o primeiro casal gay de uma novela. Ela é linda e ótima atriz. Será que essa peça vem para SP?
Parabéns pela entrevista.

Soninha disse...

Mari

Genial a entrevista!
bj

Anônimo disse...

Entrei para conhecer o blog.Uma grande atriz mesmo e ótima entrevista.

Cristina disse...

SUPER OBRIGADA!!!!!