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“A cultura é o que salva a humanidade”

Queridos amigos e amigas, Estou compartilhando uma entrevista que dei para Alessandro Lo-Bianco, do blog “Entrevistando” e repórter da Editora Abril na sucursal Rio. Essa entrevista revela um pouco o que penso e o que sou, mas o melhor é o final, eu acho. Ofereço com meu afeto, para vocês a quem tenho muito afeto. Vou dividir com quem esse meu contentamento? Beijos de alegria, Claudia Alencar

“A cultura é o que salva a humanidade”

Cláudia Alencar conta como o colégio, a faculdade e a busca pela cultura foram essenciais para uma vida mais feliz

Atriz, poetisa, artista plástica e também escritora. Essa é Cláudia Alencar, que não esquece o papel que a educação teve em sua vida para que se tornasse hoje uma artista realizada. Bacharel e Pós-Graduada em Teatro pela Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade São Paulo (USP), Cláudia lecionou Artes Cênicas durante cinco anos para todas as séries do ensino fundamental e médio, ministrando mais tarde a disciplina a nível universitário pelas Faculdades Metropolitanas Unidas. A atriz fez todos os créditos do Doutorado, mas não apresentou a tese porque, segundo ela, havia chegado a hora de subir aos palcos e alcançar o “Vôo da sua alma”, no teleteatro da TV Cultura.

Cláudia, que também se dedica a ações de combate à hanseníase, conta que a vida acadêmica agregou ainda mais valores à sua carreira artística. Por isso, em paralelo a 32 trabalhos na televisão, 23 no teatro e mais oito no cinema, a publicou cinco livros: dois de pesquisas teatrais e três de poesia. “A vida acadêmica me deu senso de disciplina, capacidade de organização, ferramentas para pesquisa, concentração e alargou meu mudo cultural”, explica artista, que revela por meio dessa entrevista um pouco mais sobre a importância da formação educacional em sua vida.

Junto ao desejo de ser atriz você também sempre pensou em dar aulas?

Fiz o professorado porque tive medo de não me tornar independente financeiramente como atriz, que era o meu sonho desde criança, junto ao desejo de ser bailarina, dançarina e poeta. Tive medo de não sobreviver (risos).

Seus pais apoiavam a escolha de ser atriz?

Meu pai era sociólogo e não me deixou fazer o vestibular para Escola de Comunicação e Artes (ECA). Tive que fazer escondida com a ajuda da minha mãe. Por influência do meu pai comecei fazendo Ciências Sociais, mas larguei no terceiro ano.

Conte melhor como foi isso...

Depois do ginásio quis ingressar direto na formação de atriz. Lembro que meu pai me deu um tapa na cara e disse: “Você não é uma menina sem modos e nem uma mulher sem personalidade, por isso, não vai ser atriz, vai fazer sociologia.” Isso revela o preconceito da época, mesmo para um homem tão esclarecido como ele. Então realizei meu sonho ainda com medo, receio, indo para outros caminhos, mas que foram fundamentais para minha formação.

Você acha que, de certo modo, o ginásio no colégio direcionou sua vocação artística?

Acho que sim, porque fiz na Escola Oswaldo Aranha, que na época tinha um ginásio moderno e único na época. Passávamos o dia todo lá com aulas inusitadas além das tradicionais. Tive artes plásticas, teatro, música clássica, ginástica, artes industriais, economia doméstica, muita coisa diferente! Isso ajudou a desenvolver todo meu lado humano e a despertar todo lado artístico que eu tinha.

Você acha que antigamente o jovem tinha um direcionamento vocacional maior na escola?

Sim, hoje temos o GVIVE e, com ele, tentamos fazer com que o estudo volte a ser nos padrões vocacionais. Estamos tentando e, um dia, vamos colocar todos os nossos jovens o dia inteiro na escola para aprenderem que a vida não é só essa matemática, sem a experiência do viver.

E hoje, depois de ter mergulhado no bacharelado, na especialização e no Doutorado? Como você avalia esse caminho percorrido em sua vida?

Hoje vejo que o colégio, a faculdade e os estudos como um todo me deram instrumentos para que eu fosse mais feliz em minha vida. Os livros só mudam nossos defeitos e acrescentam qualidades, pois a cultura ameniza e remove as dores.

Você acha que a leitura de um bom livro pode mudar uma pessoa?

Sim, os livros e a cultura mudam nosso comportamento. Uma boa leitura pode nos deixar mais felizes e aflorar nosso melhor. É possível mudar padrões viciosos de comportamento ao ler mestres e seus largos pensamentos sobre o ser humano. Por isso, escrevo todos os dias como forma de me renovar, limpar meu lixo e revelar minhas luzes.

Você já publicou alguns livros e adora poesia. Virá um novo livro pela frente?

Estou finalizando meu ultimo livro de poesias que provisoriamente se chamará DELICADEZAS e que está uma gostosura de fazer, bem como será de ler.

Você acredita que o incentivo à cultura pode alavancar de vez nosso País?

Acho que nascemos puros e vamos nos tornando mais imperfeitos pelas imposições sociais. A cultura então é quem vai resgatar essa pureza que ficou aprisionada na infância. A cultura é o que salva a humanidade. Ela e a educação são como Cristo, Budha e Ghandi, que nos trazem mais para perto do nosso verdadeiro ser.

Qual recado você deixa para fecharmos essa matéria?

Coitado do povo que tem um governo que não prioriza a cultura. Um povo sem cultura não é um povo feliz. Aos poucos, se suicida.

Um comentário:

Maria Lúcia Poyares disse...

Claudia
A entrevista mostra o quanto voce é determinada.
Parabéns !!!