Dedicado às mulheres inteiras e ativas de todas as idades, cores e formas. Mulheres que interagem e abraçam a vida como der, puder e vier.
Sempre desejadas!








CHORO EMBUTIDO

Cláudia Alencar


Fecho os olhos
Mastigo lágrimas

Um choro embutido no armário

Velho

Cansado, guarda

Dor

Nas manhãs, cuspo grãos de mágoa

Nas noites fico calada, você não diz nada

Caminhando lado a lado

Vivemos separados

Viciada nessa existência sem mel

Despejo vidas em lenços de papel


Agora

Hora da partida


Você de costas, indo embora.

Eu de quatro, rosto baixo.


Não.

Não chorarei mais

Quebrou


Carne e osso se consertam

Entendi que alma não


Não tem bonder, não tem durex
Não tem carinho que grude traição.

4 comentários:

Christi... disse...

Nossa, muito bom esse texto.
Verdadeiro...
"Não tem carinho que grude traição"
Pra se pensar viu

Beijos

Hilda disse...

Ola Monica!
Adorei receber a sua visita no meu blog e vim aqui conhecer o seu e ja estou lendo os posts mais antigos... muito legal!
Bjs

Maria Lúcia Poyares disse...

Claudia:
"despejo vidas em lenços de papel"
quanta emoção nessa frase...
parabens!

Anônimo disse...

Vaso quebrado não cola mesmo...o contúdo já vazou.